Sobre o dilúvio de um dia insano, entorpecemos nosso raciocínio na mais tempestuosa e conturbada região do subconsciente. Eventualmente, há um êxtase profundo e mental que consola a espera incansável dos objetivos contundentes com o lado prazeroso da vida. Nesse breve momento de um sobrecarregado suspiro, a mente transfere o sobrepeso do fardo para o refúgio de sua estrutura neural e psicológica, fazendo com que andemos atemporalmente em transe, como um equilibrista circense sobre uma corda tênue a ponto de cair no chão duro da realidade incontestável. Porém, no fundo de toda essa alegoria psíquica, ocorre não mais do que um nirvana de todos nossos anseios dispersados em ondas sonoras e traduzidos em uma simples e harmoniosa música.
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
LEMBRANÇAS PÓS-GUERRA
Assistindo a um documentário sobre a Segunda Guerra Mundial (O Apocalipse Nazista), é possível observar o delírio nazista ultranacionalista de Hitler, a desenvoltura do ego de uma Rússia Comunista na figura radical e opressora de Stalin, uma atordoada e desnorteada Inglaterra de Churchill, Itália e França ofuscadas pelo poder do Führer, um Japão opressor com seu Imperador submisso ao general da época e uma EUA sem saber muito ainda qual seria seu papel até sofrer o ataque a Pearl Harbor. Uma guerra fundamentada no ódio dos inimigos. Era exatamente o pretexto que os totalitaristas como Hitler ou Mussolini utilizavam para ascender ao poder, ou ainda pior, a realização da desordem para se ter a ordem com base em suas ideologias utópicas sobre uma possível pacificação mundial. O uso da guerra para a paz já era doce na boca de crianças mimadas e sem escrúpulos (ditadores). Entretanto, apelando para uma reflexão mais profunda sobre o sentido da guerra e a desvalorização que se deu à vida de soldados no front de batalha e, principalmente, os judeus, observamos corpos juntados, literalmente, aos montes e tratados como pedaços de carne sub-humanos prestes à extinção daquele mundo apocalíptico. Anteriormente à eficiência das mortíferas câmaras de gás, os judeus cavavam suas próprias valas para que pudessem morrer em uma "velocidade" maior, poupando trabalho dos soldados nazistas. Antes fosse horrível, porque não se encontra um adjetivo mais deturpador para o evento em questão.
Atualmente, a humanidade vive com a imagem e uma cicatriz profunda nas raízes de sua história. Não sabemos até onde podem chegar nossas realizações para alcançar um desejo desconhecido de uma vida inteiramente arraigada no poder, seja ele apoiado na democracia capitalista, no socialismo científico de Marx ou qualquer outro cunho político cuja organização é baseada em uma hierarquia piramidal. O poder ainda é o câncer que resseca as vísceras de uma convivência fraterna, destrói a inocência e os sonhos da uma vida digna no trabalho pacífico de toda uma nação. O que se observa ainda é um mundo em colapso, talvez com os mesmos protagonistas e personagens, sobrando uma política cíclica de resultados críticos e uma destruição em massa não só do ambiente em que vivemos, mas também da esperança que temos em conviver de maneira harmoniosa sem nos preocuparmos com as diferenças do acaso que nos é acometido pelo meio ou hereditariedade cultural. Então, qual o legado que deixamos aos nossos descendentes, além dessa miséria fatídica no caráter humano? Ainda me pergunto o motivo de tudo isso.
terça-feira, 5 de agosto de 2014
AR PÚTRIDO!
Deixa eu transpirar mais um
pouco! Não venha me falar sobre discursos, cerimônias, padrões ou qualquer
imposição regrada por essa sociedade que busca uma felicidade utópica em meio a
sucessos fantasiosos. Por isso, deixe-me respirar! Não me fale sobre qual
direção devo seguir ou quais palavras devo usar, as ilusões, disfarçadas em sonhos, já
fazem muito bem isso por todos nós. Qual parâmetro? Com qual intensidade? Para
onde e por qual motivo? Realmente é necessário fazer perguntas do tipo? Chega
de controvérsias! De hoje em diante devemos seguir o próprio ego de nossa
discórdia interior, sem reflexos de uma educação cheia de artigos ou incisos de
uma recalcada república. Passos forjados, vida ludibriada! Entre noites
insolentes adentro, meio cambaleante e desacordado, vejo-me segurando na mão da
hipocrisia alheia, nesse mundo enrustido de poesias narcisistas, mulheres
vendidas e perdidas dentro do próprio corpo e homens sangrando pelo poder sobre
a corroída miséria que mata 1 em cada 1 habitante dessa organização banalizada
e prostituída. É necessário escutarmos, vermos ou sentirmos a dor da perda para
darmos valor ao que nós mesmos criamos?! Que ultrajante, viver e não ser
vívido! Por essas e outras, por favor, deixe-me dar ao menos um último
suspiro...cansado eu continuo da mesmice vulgar e violento ambiente dentre séculos que sobrevivemos. Puxa, não há mais tanto tempo! Mas com o pouco que resta vou tentar não
ficar tão ofegante...respiremos, ainda que o ar esteja poluído!
sexta-feira, 11 de julho de 2014
REALIDADE CRÔNICA
Em alguns lugares do planeta azul, repleto de mentes mergulhadas na humanidade, eis que surgem ideias pontuais e inequívocas sobre nós mesmos. "Ainda há esperança!", esbraveja a criança. Gritos de sermões são sobrepujados ao fundo, agora vendem Jesus a preço de ouro e poder, como o próprio não viu em terra. E assim, o circo é montado, o leão ruge, os mágicos fazem rádio virar TV, os malabaristas fazem os olhos ficarem a mercê e o palhaço, ah o palhaço, o dono do circo, faz o show acontecer. A criança, ainda assustada, esquiva-se das pisoteadas em tom de brincadeira como em uma roda de diversão. "Quem quer brincar?", pergunta finalmente o palhaço que agora se pode enxergar, esnobando o doce em sua mão com um sorriso irônico e olhar intransigente. Mal sabe a criança que o doce acaba, o circo desarma e o palhaço, com a felicidade roubada, desmascara os devaneios de uma realidade frustrada na infância outrora sonhada. Alimenta a ganância, pobre criança. Sorrisos desconsertados, agora sois escravos dos sonhos que vistes nas maravilhas do circo. Talvez fosse triste se soubesse o palhaço que, quando a lona é baixada, sobra-se a luz pingada em tantos outros pontos no mar do escuro céu, iluminando os olhos daquela criança que dessa vez aponta para indicar de onde surge a esperança. Contudo, novamente em um crime desconcertante, baixam-lhe o dedo para fuga do pecado: "Não queiras criar uma verruga, seu danado!". Pobre criança, sonhos enjaulados, resignados e arrancados!
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